O Brasil não conseguiu passar a Croácia nas quartas de final. Aceitou o jogo do adversário, de retranca e contra-ataque. A Croácia, em quatro jogos, empatou três. É o jogo deles. O Brasil aceitou longas trocas de passes na intermediária, atacou com pouca criatividade e sem objetividade.
O primeiro tempo foi medíocre. No segundo tempo, melhorou. O ataque ficou mais efetivo com Rodrygo no lugar de Vinicius Jr que duelou bonito com Juranovic, mas ficou sem espaço. Não foi uma campanha para o hexa. Ganhou o primeiro jogo contra a Sérvia por 2 a 0. No segundo, superou a Suiça por 1 a 0. No terceiro, perdeu para Camarões por 0 a 1. Nas oitavas, recuperou parte do brilho, batendo a Coreia por 4 a 1. Nas quartas, ao enfrentar a Croácia, seleção tenicamente superior às três anteriores, cedeu o jogo.
A Croácia, tem técnica sem gênio. Disciplinada, cumpriu a estratégia predeterminada. A seleção brasileira, sem estratégia, sem concentração e desorganizada foi neutralizada no primeiro tempo. Até parece que o técnico havia sido expulso de campo. No segundo tempo reagiu, mas não o suficiente.
Na prorrogação, Neymar fez um belo gol de placa, após tabelar com e Rodrygo e Paquetá, numa arrancada individual, driblou o goleiro e chutou. A perícia individual compensou as deficiências do conjunto. Mas, o time não soube se defender, nem aproveitar as aberturas da Croácia, que buscou e conseguiu o empate, levando a decisão para os pênaltis como sempre foi sua estratégia. Nos pênaltis, onde tem sido a mais eficiente das seleções, a Croácia converteu quatro e o Brasil dois. Perderam os pênaltis Rodrygo e Marquinhos.
Enfim, toda a campanha foi fraca. Começou com Tite fazendo algumas convocações controversas. Não gostei de nenhum dos jogos de Raphinha e Fred. A seleção nunca encontrou seu melhor jogo, apesar do brilho individual dos atacantes, especialmente Vinicius Jr, Richarlison — autor do gol mais bonito, contra a Sérvia — e Neymar. Casemiro jogou bem até o jogo com a Croácia, quando não conseguiu segurar Modric e, ao se concentrar nele, perdeu efetividade defensiva. Rodrygo jogou bem nas poucas vezes em que entrou parte do tempo. Anthony jogou bem e foi agressivo quando entrou.
A saída de Alecssandro e Alex Telles, deixou a lateral esquerda sem alternativa. Militão e Danilo improvisados para suprir o vazio da posição não deram certo.
Mas, o que derrotou a seleção foi a falta de coordenação de jogo, uma estratégia que aproveitasse com eficiência os muitos talentos individuais em campo, principalmente no ataque.